
“Não faltam motivos de esperança para Portugal”, garante Carlos César
O líder parlamentar do PS fez hoje, durante o debate quinzenal no Parlamento sobre políticas de educação, com a presença do primeiro-ministro, um ataque cerrado aos partidos da oposição, que acusou de ter feito “tábua rasa do passado e vaticinar as piores consequências” quando, na verdade, os resultados do país são um sucesso.
“O PSD levou quatro anos a desinvestir na educação, levou quatro anos a gastar a paciência e a desvalorizar o empenhamento de educadores, das famílias, dos alunos, levou quatro anos a aconselhar os professores para emigrarem e não gastou dois minutos para discutir a educação e a qualificação dos portugueses” no debate de hoje, lamentou.
Carlos César afirmou que “a oposição queria sempre encontrar nestes debates televisionados uma oportunidade para mencionar ou insinuar um dado ou uma informação estatística, económica ou financeira que se assemelhasse a um insucesso”. No entanto, “já não querem falar disso”, porque “a economia afinal cresceu, porque o desemprego afinal baixou, porque o rendimento das famílias afinal aumentou e porque a gestão das contas públicas é afinal um sucesso”, sublinhou o presidente do PS.
“Depois de gorada a iniciativa de dizer que o que de bom acontece ou pode acontecer se deve ora ao anterior Governo ora a uma providência desconhecida, agora meteram a viola no saco”, ironizou.
O líder da bancada socialista lembrou as mais recentes previsões da OCDE, que “reviu em forte alta o crescimento económico para Portugal, reviu em forte alta o investimento, que melhora sete vezes mais do que a sua anterior previsão, as exportações que atingirão recordes, prevê em 2017 e 2018 que o desemprego ficará abaixo dos dois dígitos, que a continuação da melhoria das contas públicas se fará e que a diminuição da dívida pública ocorrerá nesses dois anos”.
“Embora o nosso país ainda tenha uma altíssima taxa de pobreza, atingimos a taxa mais baixa dos últimos cinco anos, o maior crescimento do rendimento disponível das famílias dos últimos oito anos e meio. É por isso que a oposição já não quer saber de economia, do emprego, dos rendimentos e das contas públicas. Não faltam pois motivos de esperança para Portugal”, asseverou.
A confiança nos professores é uma aposta na melhoria educativa
Durante o debate, o deputado do PS Porfírio Silva lembrou ainda que a “legislatura começou com um elevado grau de crispação que se deveu a uma oposição que defendia que onde houvesse escolas privadas não valia a pena investir nas escolas públicas. Hoje o ambiente é muito diferente, as famílias, os alunos, os professores sabem que é construindo convergências que se avança”.
“Quando este Governo leva pouco mais do que um ano e meio de ação, olhar para o muito que já foi feito dá um enorme alento para o muito que ainda se está a fazer. Não aceitamos a naturalização das desigualdades”, apontou.
Porfírio Silva deu exemplos do investimento deste Executivo na área da educação, como o programa nacional de promoção do sucesso escolar, que se desenvolve na base de quase três mil medidas desenhadas pelas próprias escolas. “É um programa de gratuitidades dos manuais escolares, é a generalização da educação pré-escolar, é o reforço da inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais, é o novo modelo de avaliação no ensino básico que assumiu as provas como instrumento de melhoria das aprendizagens e não com processos de fomento da exclusão, é a redução do número de alunos por turma que cumpre o primeiro passo já no próximo ano letivo, é a valorização do ensino profissional com mais vagas e com a consolidação do sistema de avaliação de qualidade, é a requalificação e modernização do edificado que esteve estagnada em anos recentes, é a retoma da educação de adultos”, enumerou.
O coordenador do Grupo Parlamentar do PS na comissão de Educação e Ciência explicou que “a aposta na educação tem sido também a aposta na valorização dos profissionais”, com o fim da requalificação para os professores, o reforço de assistentes operacionais e a revisão da portaria dos rácios.
Porfírio Silva revelou que “a vinculação extraordinária abrangerá no imediato mais três mil professores” e que está em preparação “a criação de um grupo de recrutamento de língua gestual portuguesa”. “Quem diga que precisamos mais está certo, quem diga que isto é pouco não está a olhar com suficiente proximidade para a realidade”, defendeu.
O deputado vincou também que “a autonomia das escolas não será beliscada pela descentralização de competências para as autarquias, porque o que há a fazer é cruzar duas histórias de sucesso do Portugal democrático: o poder local e a escola pública”.